Liderança e resistência: a atuação de Jú do Coroadinho na maior favela do nordeste

Liderança e resistência: a atuação de Jú do Coroadinho na maior favela do nordeste

Na última segunda-feira, (15), o Coletivo de Mulheres Negras da Periferia, fundado por Julianna Costa, a Jú do Coroadinho, celebrou seis anos de atuação no Coroadinho, oitava maior favela do Brasil e a maior do Nordeste.

Desde sua fundação, o coletivo mantém sua sede na Casa das Pretas, um espaço que se tornou um pilar de acolhimento, memória e força. Composta por oito diretoras e dez voluntários, a equipe construiu um trabalho notável, gerando um impacto significativo nas áreas social, cultural e educacional.

Legado

Jú, que é assistente social e uma importante referência social, criou a organização em 2019 com o objetivo de fortalecer e acolher mulheres, jovens e crianças negras do território.

Liderança e resistência: a atuação de Jú do Coroadinho na maior favela do nordeste
Julianna Costa a Jú do Coroadinho, idealizadora do projeto (Foto: reprodução/Divulgação)

“Esses seis anos são de muita luta e resistência, mas também de muito orgulho. Nós, mulheres negras da periferia, não só sonhamos: nós realizamos. O coletivo é nossa contribuição para que a juventude e as crianças do território sintam menos o peso do racismo e tenham acesso à cultura, educação e ancestralidade”, afirmou Jú do Coroadinho expressando o orgulho pelo trabalho realizado.

Conquistas e transformação

A trajetória do coletivo é marcada por feitos impressionantes, que incluem:

  • Distribuição de mais de 6 mil toneladas de alimentos a famílias em situação de vulnerabilidade.
  • Capacitação de mais de 250 mulheres e jovens em cursos profissionalizantes como trancista, barbearia e educação financeira.
  • Atendimento a mais de 3 mil pessoas em ações de assistência e cultura, com mais de 20 eventos realizados no Quintal das Pretas.
  • Distribuição de mais de mil absorventes e 200 coletores menstruais, além da realização de mais de dez rodas de conversa sobre saúde e educação sexual.
  • Ampliação e reforma da Casa das Pretas, consolidando o espaço como uma referência comunitária com a estruturação da Pretoteca.
  • Reconhecimento em nível nacional, com prêmios em importantes editais como Periferia Viva, Cidadania na Periferia e Pontos de Leitura.

O coletivo desenvolve projetos variados que promovem cultura, educação e protagonismo feminino. Entre as iniciativas estão o Elas sem Tabu, a Cozinha Ancestral, o Cine Coroadinho, a Pretoteca, a Capoeira Arte e Vida e grupos de tradição como o Tambor de Crioula Filhas de São Benedito.

Novo ciclo 

Este ano, o coletivo inicia uma nova fase. Jú do Coroadinho transfere a presidência para Letícia Vieira, uma das diretoras da Casa das Pretas. Essa transição reforça o compromisso da organização com a liderança compartilhada e a formação de novas referências femininas negras na comunidade.

A história de Jú do Coroadinho é a prova viva de como a liderança feminina negra na periferia transforma realidades, constrói legados e molda futuros.

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