A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagraram nesta quinta-feira uma nova fase da Operação Sem Desconto, que resultou no cumprimento de 52 mandados de busca e apreensão e 16 de prisão preventiva para desarticular um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões do INSS, com ações realizadas em sete estados e no Distrito Federal por determinação do Supremo Tribunal Federal.
O senador maranhense Weverton Rocha (PDT-MA) figura como um dos alvos principais desta etapa da investigação. Além do parlamentar, os policiais buscam provas contra um de seus assessores e prenderam Romeu Carvalho Antunes. Romeu é filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, que já havia sido preso em setembro pelo mesmo esquema.
Prisão e afastamento
A operação também resultou na prisão de Eric Fidélis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis. No âmbito administrativo, a Justiça determinou o afastamento do secretário-executivo do Ministério da Previdência, Aldroaldo Portal, que agora cumpre prisão domiciliar.
Fraude
As investigações apontam que o grupo criminoso inseria dados falsos em sistemas oficiais para viabilizar os descontos ilegais. A Polícia Federal estima que o esquema, operado entre 2019 e 2024, desviou cerca de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas. As autoridades trabalham agora para esclarecer a extensão da organização criminosa e identificar atos de ocultação e dilapidação patrimonial praticados pelos envolvidos.
Carreira política
Weverton Rocha possui uma carreira política consolidada no Maranhão, tendo passado pela liderança de movimentos estudantis e pela Câmara dos Deputados antes de chegar ao Senado em 2018. Atualmente, o senador integra a base de apoio do governo federal no Congresso.
Escândalos
O parlamentar acumula um histórico de enfrentamentos com a Justiça. Ele já foi alvo de investigações sobre contratações no programa Projovem Urbano e na reforma do ginásio Costa Rodrigues, além de ser citado na Operação Odoacro por supostas irregularidades em emendas parlamentares destinadas a empresas investigadas.
O Ministério Público do Maranhão ingressou com uma ação civil pública contra Weverton por improbidade administrativa no ano de 2025, citando irregularidades em contratos de aluguel de veículos datados de 2009. Em relação à operação deflagrada hoje, a reportagem busca contato com a defesa do senador. Em posicionamentos anteriores sobre outros processos, Weverton Rocha sempre negou qualquer envolvimento em práticas ilícitas e afirmou que as investigações focavam em terceiros, sem relação direta com sua atuação pública.
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