Artistas audiovisuais do Maranhão (MA) e Pará (PA) têm agora a chance de se inscrever gratuitamente na primeira edição do programa curatorial “MAPA – Mostra de Imagem em Movimento”. O projeto, que oferece acompanhamento curatorial e bolsas de até R$ 18 mil, busca homenagear, explorar e promover a memória dos 40 anos da Estrada de Ferro Carajás (EFC) por meio de obras inéditas e identitárias.
Destinado a artistas individuais, independentes ou coletivos, o chamamento abrange criadores de audiovisual focados em vídeos, artes digitais, instalações e intervenções urbanas. Os autores produzirão uma película 100% autoral e adaptável no formato de “video mapping”. Serão comissionados e terão os direitos de exibição e reprodução disponibilizados à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Seleção
Na primeira etapa, a Estrada de Ferro Carajás será o foco dos estudos e das obras inéditas. A ferrovia conecta o terminal marítimo de Ponta da Madeira (MA) à cidade de Parauapebas (PA). As criações artísticas do MAPA partem da sensibilidade cultural do Norte e Nordeste e dialogam com histórias e vidas locais. Elas homenageiam os 40 anos da ferrovia com um traçado cartográfico vivo e sensível. As memórias afetivas se transformam em espetáculo por meio de exposições em São Luís, Belém e, a partir de 2026, em Brasília.
“O MAPA atua como um agente articulador da memória ferroviária e dos 40 anos de trilhos, histórias e encruzilhadas da Estação de Ferro Carajás. Nada melhor do que os artistas originários do Maranhão e Pará para representar a diversidade da cultura Norte-Nordeste. Oferecemos conforto ao trabalho dos artistas, provendo aparatos técnicos e acompanhamento na elaboração de suas obras, com equipes de video mapping, edição, fotografia, montagem e outras camadas de infraestrutura, que são caras ao universo artístico. Será um trimestre incrível de trocas de experiência, mapeamento e promoção do acesso à cultura, não só às 27 comunidades do entorno da EFC, mas a nível nacional com a chegada da ‘Mostra de Imagem em Movimento’ em Brasília e nas plataformas digitais”, pontuou João Pacca, coordenador-geral e curador do projeto
O chamamento público do MAPA facilita o acesso e a participação de múltiplos artistas regionais. Um diferencial na seleção será residir em uma das 27 comunidades que cruzam os trilhos da ferrovia Norte-Nordeste. Segundo João Pacca, a seleção aposta em olhares sensíveis e impactados pela Estrada de Ferro Carajás, resultando na escolha de cinco artistas maranhenses e outros cinco paraenses para integrar a mostra. O resultado final do chamamento público será divulgado em 29 de agosto de 2025 no site oficial do projeto.
Bolsas
A equipe curatorial da mostra avaliará as inscrições enviadas pelo site com base na trajetória artística dos candidatos, na condução de seus projetos e na relação com a videoarte e a Estrada de Ferro Carajás.
Uma vez aprovados, cada selecionado receberá uma bolsa trimestral no total de R$ 18 mil, distribuída em parcelas mensais de R$ 6 mil referentes aos meses de setembro, outubro e novembro. Para isso, será necessário entregar uma obra inédita em videoarte, que parta das memórias afetivas capturadas pela Estrada de Ferro Carajás e seja adaptável ao formato de vídeo mapping.
Prazos
Com entrega final prevista para novembro de 2025, os artistas terão três meses de trabalho intenso. Nesse período, participarão de encontros virtuais e presenciais com a equipe curatorial, farão o mapeamento das regiões, pesquisas de campo e construção colaborativa das obras.
Como pré-requisito do edital, os artistas devem ceder os direitos de exibição e reprodução à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). No entanto, os créditos autorais permanecem garantidos.
Projetando memórias, poéticas e descobertas recentes, os participantes serão convidados a explorar linguagens como vídeos, artes digitais, instalações e intervenções urbanas. Essas expressões serão o principal meio de comunicação do projeto.
As comunidades ferroviárias poderão redescobrir suas memórias afetivas das décadas de 1980, 1990 e 2000. Foi nesse período que as estações da EFC serviram como pontos de encontro para acesso à eletricidade, comunicação e entretenimento.
Capturando a rotina do “ir e vir” de mais de 1,5 mil passageiros diários, que percorrem em média 16 horas de viagem, os artistas contarão com suporte técnico e curatorial. Terão acesso a especialistas em video mapping, edição, fotografia e montagem, além de infraestrutura para exibições públicas. Tudo será registrado em imagens, sons e memórias, formando um organismo vivo de reflexão cultural.
Homenagem
A homenagem aos trilhos da EFC e ao trem interestadual vai ressignificar mais de 892 quilômetros de percurso. Estações, commodities, passageiros e vagões serão transformados em uma experiência tridimensional que modificará as paisagens urbanas em 2026.
Os artistas selecionados participarão do circuito de exposições e da galeria de arte, com estreia prevista para Brasília (DF). Ainda assim, o MAPA reforça seu caráter democrático ao não exigir experiência prévia em outras exposições.
Com o objetivo de visibilizar, homenagear e preservar a memória afetiva da Estrada de Ferro Carajás, o MAPA prioriza artistas da cultura Norte-Nordeste. Até novembro, quando termina a fase de pré-produção artística, todos os profissionais terão suporte completo da equipe curatorial.
As inscrições permanecem abertas até 24 de agosto, e os interessados devem anexar links para portfólios ou trabalhos anteriores e uma carta de apresentação. A participação ocorre exclusivamente pelo site mostra mapa.com.br.
Baixe o app da Jovem São Luís e acompanha as notícias https://www.jovempansaoluis.com.br/aplicativo/
Siga no Instagram e confira as informações https://www.instagram.com/jovempansaoluis/
Siga o canal da Jovem Pan no Whatsapp e fique por dentro das principais notícias. Clique aqui.