Pedra na vesícula: entenda os riscos solução e recuperação

Comuns e muitas vezes silenciosos, os cálculos biliares (pedras na vesícula), afetam milhões de pessoas no mundo e podem causar dor intensa, náuseas e vômitos. Em casos mais graves, a condição leva a inflamações e bloqueios nos canais biliares, exigindo intervenção cirúrgica para evitar riscos à saúde.

Conversamos com o Dr. Lages Neto, médico do Hospital São Domingos e especialista em cirurgia geral. Durante a entrevista foram abordados assuntos sobre as causas, tratamento e dúvidas recorrentes sobre a intervenção cirúrgica. Confira a entrevista cedida com exclusividade à Rádio Jovem Pan São Luís.

Sintomas

Embora nem todos os portadores de pedra na vesícula apresentem sintomas, muitos experimentam uma dor intensa e característica. Essa dor, geralmente localizada no lado direito superior do abdômen, pode irradiar-se para a parte superior do tórax ou para as costelas. Tipicamente, a dor surge cerca de meia hora após a ingestão de alimentos, atinge um pico de intensidade e, gradualmente, diminui. Em alguns casos, pode vir acompanhada de febre, náuseas e vômitos, intensificando o desconforto do paciente.

Causas

Diversos fatores podem interferir na composição da bile, atuando como gatilhos para a formação das pedras na vesícula. Entre os fatores de risco mais relevantes, destacam-se a ausência de uma dieta adequada, estilo de vida sedentário, hábito de fumar, uso prolongado de contraceptivos orais e também a predisposição genética, indicando um fator hereditário na formação dessas pedras.

Diagnóstico

A identificação precisa da presença de cálculos biliares é realizada, na maioria das vezes, através de um exame de ultrassom abdominal. Este método de imagem permite visualizar a vesícula biliar e identificar a presença de pedras, auxiliando o médico no diagnóstico.

Cirurgia

O tratamento mais eficaz para as pedras na vesícula, tanto para pacientes sintomáticos quanto assintomáticos, é a remoção cirúrgica do órgão, um procedimento conhecido como colecistectomia. A técnica mais comum e recomendada é a videolaparoscopia, realizada sob anestesia geral. Esta abordagem minimamente invasiva geralmente proporciona uma recuperação mais rápida e apresenta menores riscos em comparação com as potenciais complicações da doença não tratada.

Perigos da Negligência

Pacientes que optam por não se submeter à cirurgia enfrentam um risco significativo, estimado entre 30% e 50%, de desenvolverem complicações graves que podem exigir intervenções cirúrgicas de emergência. Entre essas complicações sérias, incluem-se a Colecistite aguda, Fístulas, Coledocolitíase , Coledocolitíase, Colangite e papilites e a Pancreatite

Diante dos riscos significativos associados à progressão da doença, a remoção cirúrgica da vesícula biliar emerge como a conduta mais segura e eficaz para evitar complicações potencialmente fatais e garantir a qualidade de vida dos pacientes.

Recuperação

A recuperação após a cirurgia costuma ser rápida e tranquila. Na maioria dos casos, a equipe médica libera o paciente no dia seguinte ao procedimento. Em cerca de quatro dias, ele já consegue retomar suas atividades habituais, exceto exercícios físicos intensos, que os profissionais recomendam evitar por pelo menos 20 dias. Após a cirurgia, muitos pacientes percebem o intestino mais solto, com episódios de diarreia, mas esses sintomas geralmente desaparecem de forma natural em até seis meses.

Sobre o doutor

Lages Neto é professor de clínica cirúrgica e preceptor de residência em cirurgia geral na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), mestre em cirurgia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e doutor pela  Faculdade Mackenzie Evangélica do Paraná.

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